Você sabia que o Brasil está prestes a se tornar o país com o maior imposto sobre o valor agregado (IVA) do mundo? Com a reforma tributária em andamento, a alíquota do IVA pode chegar a 28%, superando até mesmo países europeus conhecidos por suas altas cargas tributárias. Mas o que isso significa para o nosso dia a dia e como impacta o nosso bolso? Vamos explicar tudo de maneira simples e clara para que você entenda exatamente o que está acontecendo e por que esse assunto é tão importante.
O que é o IVA e por que ele é relevante?
O IVA, ou Imposto sobre Valor Agregado, é um tipo de tributo que incide sobre o consumo de bens e serviços. Isso significa que, sempre que compramos algo, uma parte do preço pago é composta por impostos. No caso do IVA, ele é calculado em cada etapa da cadeia produtiva, desde o fabricante até o consumidor final. O valor do imposto é “agregado” ao preço do produto ou serviço em cada fase, até chegar ao comprador.Por exemplo, imagine que você adquire um sapato. O imposto começa a ser cobrado na fábrica que produziu o material do calçado. Depois, quando o sapato é montado e vendido para a loja, o IVA é novamente aplicado. E, por fim, quando você compra o sapato na loja, o IVA está lá de novo, embutido no preço final.Esse tipo de imposto é comum em vários países do mundo, e seu objetivo principal é arrecadar recursos para o governo investir em áreas essenciais como saúde, educação e segurança. No entanto, a porcentagem do IVA varia bastante de um país para outro, e é aí que o Brasil se destaca.
Brasil poderá ter o maior IVA do mundo
Com a reforma tributária em curso, o Brasil pode alcançar uma taxa de IVA de 28%, a maior do mundo. Isso significa que, de cada R$ 100 gastos, R$ 28 serão apenas de imposto. Para ter uma ideia de como isso é elevado, vamos comparar com outros países:
- Hungria: 27% (2º lugar)
- Dinamarca, Noruega e Suécia: 25% (3º, 4º e 5º lugares, respectivamente)
O que chama atenção é que todos esses países, com exceção do Brasil, são nações desenvolvidas, com economias avançadas e serviços públicos de alta qualidade. Já o Brasil, um país emergente, ainda enfrenta desafios enormes em várias áreas, como educação, saúde e infraestrutura.Se compararmos com países que têm IVA bem menor, como Suíça (8%) e Canadá (5%), por exemplo, percebemos o quanto a taxa brasileira é alta. Para um país emergente como o Brasil, essa situação é ainda mais complicada, pois o impacto no bolso do consumidor é muito maior. Em um país onde a renda média é mais baixa e os serviços públicos muitas vezes não correspondem aos valores arrecadados, o peso desse imposto é sentido com mais força pela população.
Por que o IVA do Brasil é tão alto?
Existem várias razões pelas quais o IVA no Brasil está prestes a se tornar o maior do mundo. Uma das principais é a necessidade do governo de arrecadar mais para cobrir gastos públicos, pagar dívidas e financiar investimentos. No entanto, o problema é que esse imposto afeta diretamente o consumo e pode tornar os produtos e serviços mais caros para todos.Além disso, no Brasil, o sistema tributário é conhecido por ser muito complexo e cheio de exceções e brechas. Isso faz com que muitas vezes o peso dos impostos caia de forma desigual sobre as pessoas e empresas. A reforma tributária que está em andamento promete simplificar esse sistema, mas ao mesmo tempo, aumenta a carga de impostos com a alíquota de 28% de IVA.Enquanto em países desenvolvidos como a Suíça e o Canadá as taxas de IVA são bem menores, o governo brasileiro optou por uma taxa elevada para tentar equilibrar o orçamento. A grande questão é como esse imposto vai impactar a economia brasileira a longo prazo, principalmente para as famílias de menor renda, que são as mais afetadas pelos aumentos nos preços dos bens e serviços essenciais.
O que esperar do futuro?
A implementação de um IVA de 28% no Brasil ainda pode mudar, dependendo das negociações políticas e de possíveis ajustes na reforma tributária. Por enquanto, o cenário aponta para um Brasil no topo da lista dos países com o maior imposto sobre o consumo do mundo. A pergunta que fica é: estamos preparados para isso?

